Cinco jogadores do time Sampaio Corrêa utilizavam um grupo no WhatsApp intitulado “Lula 13” visando discutir apostas e manipulação de jogos da Série B.

Segundo informações do Brasil Online (BOL) foram encontrados registros das conversas do grupo no celular do lateral Mateusinho, um dos membros mais ativos. Nas mensagens, seus colegas o elogiam por ter cometido um pênalti na partida entre Sampaio e Londrina, na última rodada da Série B:

“Me deu uma missão pra mim matar… ou mato ou morro, mano. Não tinha jeito mano. Eu falei: ‘Ihh, alguém vai se fud… aí, porque eu vou dar o carrinho”, disse o lateral, que hoje atua pelo Cuiabá na Série A.

De acordo com o Ministério Público, o pênalti havia sido solicitado pelos empresários envolvidos na manipulação de partidas visando obter lucros com apostas.

Os jogadores do grupo “Lula 13” celebraram o acontecimento do pênalti, porém, expressaram pesar pelo fato de outra aposta na mesma rodada não ter sido bem-sucedida, resultando em prejuízo para o esquema.

Os MEMBROS DO GRUPO

Além de Mateusinho, os zagueiros Paulo Sérgio e Allan Godoi, o volante André Queixo e o atacante Ygor Catatau também faziam parte do grupo. Todos eles foram acusados ​​de envolvimentos na manipulação de eventos esportivos.

Outros dois participantes do grupo, um goleiro e um jogador de pôquer, não foram alvo de denúncias e, por essa razão, seus nomes não serão divulgados.

Durante a investigação, o Ministério Público descobriu um comprovante de depósito de R$ 10 milhões na conta de Paulo Sérgio, que supostamente seria um adiantamento aos jogadores pela realização do pênalti.

Quando questionados pelos promotores, os atletas negaram veementemente o envolvimento em qualquer atividade criminosa e afirmaram que as discussões no grupo se limitavam a apostas legalizadas, pôquer e videogames.

NOME DO GRUPO

O motivo pelo qual os jogadores escolheram o nome do atual presidente para o grupo não está documentado no processo. No entanto, existem duas mensagens no grupo que mencionam o nome “Lula” em relação a apostas.

O “BOL” ainda apresentou referências para a nomeação do grupo. Na primeira referência a Lula, após Mateusinho postar uma figurinha de si mesmo segurando um maço de dinheiro, o goleiro do grupo envia uma figurinha de Lula com a frase “Já pode roubar?” em tom irônico.

Na segunda referência a Lula, em 13 de novembro, Mateusinho escreve: “Hoje o Lula tem que ganhar, pra gente ficar bem”. É importante notar que, nesse dia, não havia votação em andamento, já que o segundo turno tinha ocorrido em 30 de outubro. No entanto, tratou-se da última rodada da Série A do futebol.

Em seguida, os participantes do grupo combinam as apostas que fariam na referida rodada.

COBRANÇA DOS APOSTADORES

De acordo com o Ministério Público, os empresários envolvidos na manipulação de jogos combinaram pênaltis com os jogadores tanto do Sampaio Corrêa quanto do Vila Nova, que também participaram daquela rodada.

Os jogadores do Sampaio cumpriram com o acordado, porém os jogadores do Vila Nova desistiram, causando prejuízo aos apostadores envolvidos. Como os jogadores do Sampaio não receberam a parte acordada, eles passaram a cobrar dos apostadores o pagamento devido.

SURGIMENTO DE OUTRO GRUPO

Durante a investigação, o Ministério Público identificou a existência de um segundo grupo em que os cinco jogadores do time maranhense participavam, sendo que o nome desse grupo era representado por um emoji de óculos escuros.

“Debatem sobre a expectativa de recebimento de valores, a existência da dívida e forma de cobrança, externando, por mais de uma vez, que teriam cumprido com sua parte no esquema — leia-se, cometimento do pênalti — e esperavam receber todo o valor prometido”, escreveram os promotores da “Penalidade Máxima”.

DEFESAS DOS INVESTIGADOS

A defesa de Paulo Sérgio afirma que ele não conhece o jogador de pôquer com quem trocava mensagens no WhatsApp e nega qualquer negócio relacionado ao futebol. Ele também não conhece os outros envolvidos no esquema. O advogado Sergivaldo Cobel destacou que o zagueiro não jogou na última rodada da Série B.

Sergivaldo também defendeu o goleiro e o jogador de pôquer, que não são réus no processo. Ele irá representar contra os membros do Ministério Público, alegando a divulgação ilimitada de vídeos do processo que está em segredo de Justiça.

A defesa de André Queixo informou que o processo ainda está em estágio inicial e aguardam a citação do seu cliente pela Justiça para fornecer esclarecimentos.

Mateusinho não respondeu às tentativas de contato feitas pela reportagem, seja através de seu perfil no Instagram ou por meio de uma assessoria ligada à sua página. As defesas de Allan Godoi e Ygor Catatau não foram localizadas pela equipe do UOL.

 

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