Reviravolta na CPI das apostas esportivas após denúncia de pedido de propina feito pelo relator da Comissão, Felipe Carreras. Deputado teria pedido dinheiro em troca de aprovar leis favoráveis a empresas sem pressionar na CPI.
A CPI das apostas vem se arrastando há alguns meses juntamente com a regulamentação das apostas esportivas. Até agora, não há acordo entre empresas e Governo e a PL 3.626 aprovada na semana passada não foi bem vista pelas partes interessadas.
E uma reviravolta promete movimentar a CPI das apostas que caminhava até então, muito bem e com total transparência. Como falamos em uma matéria anterior, o relator da CPI, o deputado Felipe Carreras, convidou o presidente da CBF para uma seção da Câmara e é peça importante na CPI.
Porém, uma denúncia feita pelo presidente da ANJL, Wesley Cardia, trouxe um novo momento para a CPI. Isso porque, Wesley denunciou que recebeu um pedido de R$35 milhões para aprovar leis favoráveis às empresas de apostas, além de não pressionar na CPI. O deputado até então, nega qualquer pedido de propina feito à Wesley.
Aliás, Wesley Cardia é atualmente, um dos principais nomes responsáveis por representar as casas de apostas junto a Câmara. Recentemente, Cardia comentou que as taxas impostas pelo Ministério da Fazenda ferem leis comerciais, comentando sobre o imposto estabelecido de 18% após aprovação do Projeto de Lei na semana passada pela Câmara.
Presidente da ANJL teria informado pedido de propina a assessor do Ministério da Fazenda
Segundo informações, Wesley teria contado a um assessor do Ministério da Fazenda, a respeito do pedido de propina e também reclamou de “pressões” e “ameaças” que vem sofrendo por parte de membros da CPI.
Ao saber da denúncia, José Francisco Manssur, cotado para assumir a secretaria das apostas esportivas sugeriu aos dirigentes que nada fosse pago e alertou que dessa forma, ninguém poderia alegar ter sido vítima de achaque. Ao que se sabe, Manssur já havia recebido informações acerca de abordagens suspeitas aos executivos, vindas de Felipe Carreras.
Também ciente da situação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, orientou e pediu a parlamentares auxílio para conter iniciativas que possam afastar as empresas do mercado nacional. O ministro também permitiu a convocação de uma equipe de controle interno do ministério para fazer um documento oficial sobre a denúncia.
“Em diálogo com a assessoria do Ministério da Fazenda, ouvimos uma recomendação que condiz com a nossa forma de atuar e de enxergar a evolução nas relações institucionais: não ceder a qualquer pedido não republicano que eventualmente viesse do governo ou do Congresso. Seguimos firmes com esse propósito”, comentou o Ministério da Fazenda ao ser questionado.
A Associação Nacional de Jogos e Loterias, presidida por Wesley Cardia, também emitiu uma nota sobre o assunto:
“Esta questão nunca foi tratada no âmbito do Ministério da Fazenda. A ANJL reforça que é a favor da discussão clara, objetiva e republicana sobre toda e qualquer matéria em tramitação no Congresso ou em discussão no governo que trate da regulamentação das apostas esportivas”
Deputado Felipe Carreras nega denuncias
A Veja, o deputado do PSB, Felipe Carreras garantiu que nunca pediu propina a nenhum executivo ou associado das entidades. O deputado enfatizou isso por três vezes, conforme matéria da Veja e comentou:
“É uma grande injustiça comigo”, concluiu Felipe Carreras.
É importante citar que nenhuma evidência materia foi apresentada contra o deputado Felipe Carreras que possui possui bastante protagonismo na CPI das Apostas Esportivas. Felipe ainda foi relator do projeto que libera o jogo no Brasil, que inclusive, já foi aprovado na Câmara e aguarda análise do Senado.